O que são Títulos?

Títulos públicos
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Título de dívida pública do Brasil, de 1886.
Título de dívida pública do Brasil, de 1886.

Títulos são ativos financeiros de renda fixa que literalmente é um empréstimo para alguma entidade.

Se for para o governo, e é chamado de título público. Se for para empresas, é chamado de títulos privados.

Na prática, renda fixa representa aquele investimento em que as condições de rentabilidade são determinadas já no momento da aplicação. Portanto, investir em renda fixa significa emprestar dinheiro para alguém, como banco, empresa ou para o governo.

Quem emite títulos tem como objetivo captar recursos para financiar seus projetos ou negócios. Quem compra esses títulos se torna credor e esta interessado em receber uma remuneração.

Continue lendo para entender melhor sobre as características dos títulos.

Títulos Públicos Federais

Um título público é um empréstimo para o Governo. No Brasil, é o governo federal quem emite títulos públicos mais acessíveis ao mercado.

Porque o governo emite títulos? Ou seja, faz empréstimos?

O motivo é que o orçamento do governo apresenta gastos superiores a suas receitas, obrigando-o a captar recursos no mercado para honrar seus compromissos.

Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de captar recursos para o financiamento da dívida pública e das atividades governamentais (educação, saúde, transporte, etc).

No Brasil, o órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida mobiliária federal, é a Secretaria do Tesouro Nacional.

Tipos de Títulos Públicos

Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características próprias em termos de prazos (vencimentos) e rentabilidade. Confira:

LFT (Letras Financeiras do Tesouro)

Títulos pós-fixados que são remunerados pela taxa Selic. Uma estratégia comum que emprega esses títulos é a reserva de emergência, já que possuem alta liquidez. 

Em geral são utilizadas em estratégias de curto/médio prazo.

LTN (Letras do Tesouro Nacional)

Títulos pré-fixados, ou seja, tem um valor fixo pelo qual serão resgatados na data do vencimento. Junto com as LFT, são os títulos mais comuns.

Em geral são utilizadas em estratégias de curto/médio prazo.

NTN-F (Notas do Tesouro Nacional, Série F)

Títulos pré-fixados como as LTN, porém com pagamentos de juros semestrais (cupons). A idéia central é a mesma da LTN, mas tem um tratamento matemático mais complicado.

Em geral, tem um prazo de vencimento mais longo.

NTN-B (Notas do Tesouro Nacional, Série B)

Títulos indexados à inflação, corrigidos pelo IPCA e acrescidos de uma remuneração pré-fixada. Assim como a NTN-F, tem pagamentos semestrais de juros.

É uma opção para quem quer proteção contra a inflação.

NTN-B Principal

Títulos indexados à inflação, corrigidos pelo IPCA e acrescidos de uma remuneração pré-fixada. Esse titulo porem, não paga cupons semestres de juros, toda a remuneração acumulada é paga no vencimento.

São bastante utilizadas para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, compra de imóvel, faculdade dos filhos, etc.

Leia também:

Tesouro Direto: Títulos públicos ao alcance do Pequeno Investidor

Para tornar o investimento mais acessível a pessoa física, o Governo lançou em 2002 o Tesouro Direto, uma plataforma online que possibilita a qualquer cidadão que compre títulos públicos de maneira muito fácil.

A partir da implantação do Tesouro Direto, os investidores ganham uma forma alternativa de aplicação dos seus recursos com rentabilidade e segurança, sem a necessidade de intermediação financeira.

Além disso, os investidores se beneficiam de poder administrar diretamente seus próprios recursos adequando os prazos e indexadores dos títulos aos seus interesses.

O investidor  através do Tesouro Direto é possível comprar, pela internet, Títulos Públicos Federais do Tesouro Nacional.

Basta ser residente no Brasil, possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) e estar cadastrado em alguma das instituições financeiras habilitadas a operar no Tesouro Direto.

Risco de Investir em Títulos Públicos

O risco do governo da calote é o mais baixo dentro da economia de um país.

Pense assim. O Governo é semelhante a uma empresa muito grande, com grande geração de caixa, e por isso possui menos risco que uma empresa ou banco. Se tudo der errado, o Governo dispõe de instrumentos para quitar suas dívidas, veja algumas alternativas:

  • Aumenta os impostos
  • Imprime dinheiro
  • Vende mais títulos públicos (rolando a dívida)
  • Corta gastos
  • Corta investimentos
  • Privatiza empresas
  • Vende concessões

Portanto, o risco de crédito dos títulos públicos federais, dada a facilidade do governo em captar novos recursos, é considerado o menor do mercado.

Mas, nada é impossível.

Veja o caso da Argentina recentemente. Em 2001 o país declarou moratória e até hoje diversos investidores lutam na justiça para reaver seu dinheiro.

Títulos Privados

Assim como os governos precisam gerar fluxo de caixa para dar conta da maquina pública, e dessa forma emitem títulos de divida, as empresas também o fazem.

Um título privado nada mais é que um empréstimo para uma empresa ou instituição financeira.

O orçamento das empresas, devido a necessidades de capital de giro ou aumento de investimentos, por exemplo, pode precisar de mais recursos em determinado momento.

Os títulos privados são a alternativa que as companhias detêm para tornar isto possível.

Assim como os títulos públicos, os privados possuem diferentes características e prazos de vencimento, com diferentes níveis de risco.

O risco de cada titulo, determinado pelas garantias e pela saúde financeira de cada companhia, é acompanhado pelas agências de classificação de risco.

Os principais tipos de títulos privados podem ser considerados o famoso CDB (Certificados de Depósito Bancário), em relação às instituições financeiras, e as Debêntures em relação às demais empresas.

Risco de Investir em Títulos Privados

O risco de investir em títulos privados é maior do que investir nos títulos públicos. Como o par risco x retorno andam de mãos dada, a remuneração exigida pelo mercado em títulos privados é maior.

As instituições financeiras possuem um risco de crédito menor do que as demais empresas.

Dessa forma, o CDB de um banco tem menor risco que Debêntures de empresas.

Logicamente que tudo vai depender do tamanho do banco, suas notas de crédito, etc.

Conclusões

Quem investe em renda fixa empresta dinheiro para alguém, como banco, empresa ou para o governo. Em troca, o investidor (que neste momento se torna um credor) recebe juros.

Os títulos são ativos financeiros de renda fixa vinculados a empréstimos para alguma entidade. Se for para o governo, e é chamado de título público. Se for para empresas, é chamado de títulos privados.

O Governo Federal, através do Tesouro Nacional, emite títulos para financiar a dívida do país, isto é, a diferença entre os gastos e a arrecadação.

Assim como os governos precisam gerar fluxo de caixa para dar conta da máquina pública, e dessa forma emitem títulos de divida, as empresas também o fazem.

Os títulos podem ser pré-fixados, pós-fixados ou indexados à inflação.

Todos os títulos possuem um prazo de vencimento e uma taxa de remuneração já definidos no momento em que são emitidos, por isso são ativos de Renda Fixa.

Quem ganha com isso não é só o investidor, mas também quem emite esse título, pois é uma forma de captar recursos e financiar seus projetos ou negócios

Bons investimentos!

Leitura recomendada

Fontes de consulta

  • http://www.tesouro.fazenda.gov.br/
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADtulo_p%C3%BAblico

*Créditos da imagem: http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=165

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1 Comments

  1. Domingos Munganda disse:

    Gostei do artigo, visto que gosto de entender bem como as economias se comportam, ou seja como os mercados financeiros agem.

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