Peter Lynch

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Peter Lynch
Peter Lynch – exemplo de grande investidor de sucesso.

Peter Lynch é um guru do investimento que durante seus 13 anos como chefe da Fidelity Magellan, de 1977 a 1990, conseguiu obter retornos anuais de 29% ao ano.

Quando assumiu pela primeira vez a empresa só tinha US $ 20 milhões como ativos, mas Lynch foi bem sucedido em aumentá-la para US $ 14 bilhões em 13 anos.

Durante seu tempo no comando da empresa, ele efetivamente superou o índice S&P 500 todos os anos, exceto por dois anos.

Lynch nasceu em 19 de janeiro de 1944 e se formou em Boston College em 1965.

Antes do lançamento de sua carreira, Lynch era um caddie para o presidente do Magellan, juntamente com outros banqueiros de investimento no Brea Burn Country Club. Depois de fazer amizade com o presidente, foi-lhe dada a oportunidade de estudar na Fidelity Magellan em 1966.

Como estagiário, atuou como analista nas indústrias de papel, química e editoras da Fidelity.

De 1967 a 1969, Peter Lynch se juntou ao exército para servir seu país.

Em 1969, depois de retornar do exército, foi contratado permanentemente na Fidelity Magellan e foi chefiado em seu setor de investimentos em têxteis, mineração, metais e produtos químicos.

Em 1974, Lynch foi nomeado diretor de pesquisa da Fidelity e, três anos depois, em 1977, foi nomeado gerente de portfólio.

Como chefe da Fidelity Magellan, Peter Lynch trabalhou assiduamente, trabalhando 6 a 7 dias por semana. Com a ajuda de dois pesquisadores assistentes, ele era capaz de investir em até 1400 ações ao mesmo tempo.

Ele próprio costumava se reunir pessoalmente com vários corretores, gerentes de empresas e analistas para adquirir conhecimento de primeira mão sobre o mercado financeiro.

Seu trabalho duro e ambição valeu a pena com o crescimento histórico dos ativos da empresa e retorno anual de 29,2% durante seus 13 anos.

Lynch aposentou-se em 1990 e desde então tem participado ativamente em várias atividades humanitárias.

Peter Lynch
Peter Lynch é um clássico investidor em valor e segue a estratégia de Buy and Hold.

Peter Lynch acreditava firmemente que os investidores individuais tinham vantagens sobre os profissionais quando se tratava de pesquisa, porque, ao contrário do último, os indivíduos tinham mais liberdade para agir de forma independente e explorar o mercado sem ser amarrados por comitês, curadores e superiores.

De acordo com Lynch, esta flexibilidade para agir dá pequenos investidores uma vantagem como eles têm uma melhor capacidade e potencial de descobrir investimentos rentáveis.

Ele incentiva a adoção da abordagem bottom-up para descobrir boas oportunidades de investimento. Ele sugere desenterrar possíveis opções de investimento um a um, depois se familiarizar com os negócios da empresa e, finalmente, realizar a análise fundamental para verificar o potencial de crescimento e lucratividade.

“O conhecimento local” é o que Lynch pregou e reivindicou como o elemento chave para o investimento bem sucedido.

Seu princípio de investimento bem conhecido de “Investir no que você sabe” ainda é considerado como sendo uma das lições mais essenciais para qualquer investidor sério.

O que ele adotou foi uma abordagem de “história” para o investimento.

Ele acreditava que quanto mais se conhecia a empresa, seus negócios, seus produtos e seus concorrentes, mais chances havia de encontrar uma boa ‘história’ que tivesse grandes possibilidades de se tornar realidade.

Além disso, ele também considerou as empresas pequenas ou emergentes como bons investimentos, pois têm perspectivas de crescimento mais altas do que as empresas mais maduras.

No entanto, Lynch sublinhou fortemente que ter uma boa companhia não é suficiente, você tem que pesquisar os fundamentos, e olhar para a avaliação.

6 Tipos de empresas de Peter Lynch

Ele apresentou seis tipos de possíveis “histórias” para as empresas. São elas:

  1. Empresas de Crescimento Lento: empresas em setores já consolidados e com baixo crescimento;
  2. Empresas Confiáveis (ou defensivas): servem como uma boa proteção para carteira;
  3. Empresas de Crescimento Rápido: crescem a altas taxas em relação a seus pares, são mais arriscadas;
  4. Empresas Cíclicas: altamente dependendo do tempo e do mercado;
  5. Empresas em Recuperação (ou turn-around): não seguem de acordo com as tendências do mercado e, portanto, exigem pesquisas substanciais;
  6. Empresas com Ativos Ocultos: são os mais preferidos fora de todas as histórias da empresa acima mencionadas como eles estão preocupados com os ativos rentáveis ​​que os analistas de Wall Street têm esquecido.

Ter uma compreensão adequada de um negócio e seus ativos pode revelar-se o mais rentável.

Ele acredita em investir em uma base de longo prazo, ignorando as flutuações de curto prazo do mercado. Para ele, era importante permanecer totalmente investido e não manter dinheiro. Como gerente-chefe da Fidelity, ele se concentrou em investir em ações que prometeram oportunidades de lucro acima da média.

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Fundamentos da empresa

Há três qualidades essenciais que Lynch olhou, que incluiu:

  • Rentabilidade
  • Preço
  • Bom modelo de negócio

De acordo com a Lynch, empresas atrativas que têm provado ter perspectivas de crescimento e rentabilidade elevadas e têm uma relação P/L abaixo da média da indústria e abaixo da média histórica da empresa.

Além disso, a empresa deve preferencialmente ter um dividendo em constante crescimento durante o período de 20 a 30 anos. A dívida da empresa deve ser baixa, e o dinheiro líquido para partilhar preço relação deve ser elevado.

De um modo mais geral, as spin-offs, as empresas de crescimento rápido na indústria sem crescimento, as empresas que produzem bens com demanda inelástica, as empresas com cobertura limitada de analistas, a baixa participação institucional na empresa e as empresas com compras privilegiadas são todas potencialmente atrativas .

Fórmula da PEG

Peter Lynch também é famoso por sua introdução do ‘PEG’.

PEG é uma relação que determina se uma ação é barata, mantendo em consideração o crescimento da empresa. A relação preço/lucro/crescimento (relação PEG) é a relação preço-lucro (P/E) de uma ação dividida pela taxa de crescimento de seus ganhos por um período de tempo especificado.

PEG = PE/G

Onde

G = Crescimento do Lucro por Ação

A relação PEG é usada para determinar o valor de uma ação, ao mesmo tempo em que leva em conta o crescimento esperado dos lucros da empresa, e acredita-se que forneça uma imagem mais completa do que a relação P/E mais padrão.

De acordo com Lynch, quanto mais rápido a empresa está crescendo, maior a relação P/L você deve estar disposto a pagar por suas ações.

Concentração x Diversificação

Além disso, Lynch desaconselhava a diversificação da carteira se reduzisse a capacidade do indivíduo de pesquisar e analisar eficientemente as ações existentes.

Mesmo possuindo 1400 ações, eles compunham uma pequena fração de sua carteira. Lynch também mencionou que é sábio vender as ações das empresas uma vez que a ‘história’ não estejam indo na direção esperada (ou seja, a empresa quebrou toda sua tese inicial de investimento).

Quanto mais simples for o negócio, melhor.

Lynch prefere investir em ações de empresas ruins, com gestão medíocre em um setor simples do que uma empresa boa, com excelente gestão em um setor altamente competitivo e complexo. Por isso, ele prefere investir em um negócio que vende calcinhas do que em satélites de comunicação.

No capítulo 8 de seu livro O Jeito Peter Lynch de Investir, Lynch enumera alguns pontos importantes que o fazem escolher ações para investir.

  • A empresa possui um aspecto entediante ou, melhor ainda, ridículo.
  • A empresa está envolvida em atividades monótonas.
  • A empresa está ligada a atividades desagradáveis.
  • A empresa é resultado de uma cisão.
  • As instituições financeiras não possuem grande participação e os analistas não a acompanham.
  • Há rumores desfavoráveis envolvendo a empresa, como envolvimento com lixo tóxico e/ou com a máfia.
  • Há algo desanimador relacionado à empresa.
  • A empresa pertence a um setor de atividade com baixo crescimento.
  • A empresa possui um nicho específico.
  • A demanda pelo produto da empresa é contínua.
  • A empresa utiliza tecnologia em suas operações.
  • Os insiders da empresa (pessoas internamente ligadas à empresa) compram suas próprias ações.
  • A empresa está recomprando suas próprias ações.

No capítulo 9 de seu livro O Jeito Peter Lynch de Investir, Lynch ressalta seis pontos cruciais que o levariam a evitar a compra de determinadas ações. Vejamos!

1 – Empresas em Destaque

Empresas em evidência, no setor mais badalado; aquelas que recebem a maior publicidade favorável, sobre as quais todo investidor ouve falar ao pegar uma carona ou o transporte público.


De acordo com Lynch, as ações em destaque podem subir rapidamente de preço, geralmente para níveis distantes de qualquer padrão de valor, mas, uma vez que não há nada além de esperança e ar rarefeito para sustentá-las, elas caem igualmente rápido. Se você não for esperto ao vender essas ações em destaque, logo verá seus lucros se transformarem em perdas.

Exemplos incluem a Home Shopping Network, cujas ações saltaram de U$ 3 para U$ 47, embora a empresa não tenha registrado ganhos. Lynch destaca vários setores em destaque nos quais o excesso de atenção levou ao fracasso, como telefonia celular, relógios digitais, seguradoras de saúde e carpetes.

2 – Empresas que serão a “Próxima Alguma Coisa”

Lynch evita empresas rotuladas como a próxima alguma coisa, como a próxima IBM, próxima McDonald’s, próxima Intel, etc.

Ele acredita que uma empresa, assim como uma pessoa (um jogador de futebol, um artista, por exemplo), é única de tal forma que não há outra “próxima alguma coisa”. Ele acredita que isso não apenas sinaliza o fim da prosperidade para o imitador, mas também para o original com o qual está sendo comparado.

3 – Empresas que “Piorizaram”

“Piorização” é um trocadilho de Lynch para empresas que diversificaram de maneira tola.

Segundo ele, em vez de recomprar ações ou aumentar dividendos, empresas lucrativas geralmente preferem desperdiçar dinheiro em aquisições tolas.

O “piorador” busca compras que estão (1) sobrevalorizadas e (2) completamente além de sua compreensão ou nicho de negócio.

Do ponto de vista do investidor, as únicas boas coisas sobre a “piorização” são ter ações da empresa adquirida ou encontrar oportunidades de recuperação entre as vítimas da “piorização” que decidiram se reestruturar.

Ele conclui dizendo que nem toda aquisição é sempre uma tolice e que o segredo está em saber como fazer as melhores aquisições e administrá-las da melhor forma possível. Se possível, adquirir negócios com sinergia, ou seja, reunir negócios relacionados e fazê-los funcionar.

4 – Ações “Sussurradas”

Cuidado com recomendações.

Frequentemente são empresas que estão prestes a resolver o último problema nacional: a escassez de petróleo, o vício das drogas, a AIDS.

Normalmente possuem um efeito hipnótico, e geralmente as histórias têm apelo emocional. Lynch alerta que o investidor deve sempre verificar os lucros e outros dados da empresa.

Nesse sentido, as empresas sussurradas se assemelham muito aos IPOs. Por que não adiar a compra da ação até mais tarde, quando a empresa já estabeleceu um histórico?

Espere pelos lucros.

5 – Empresas Dependentes de Intermediários

Se a perda de um cliente for catastrófica para o fornecedor, é melhor não investir nele.

Empresas muito dependentes de poucos clientes devem ser analisadas com muito cuidado. Além do mais, o grande cliente possui uma incrível vantagem na obtenção de reduções de preço e outras concessões que diminuirão os lucros do fornecedor.

É raro que um grande investimento possa dar resultado em uma situação como essa.

6 – Empresas com Nome Empolgante

Assim como um nome monótono afasta os compradores de uma boa empresa, um nome destacado em uma empresa medíocre atrai investidores e lhes proporciona uma falsa sensação de segurança.

Ele menciona que empresas com “avançado”, “líder”, “micro” ou uma palavra com “x” ou acrônimo místico em seu nome fazem com que as pessoas se apaixonem por elas. Podemos incluir a OGX e outras com “X” como exemplos.

Confira a seguir dicas gerais de Peter Lynch para ter sucesso ao investir em ações.

  • Entenda profundamente as empresas nas quais você investe e as razões específicas para manter suas ações.
  • Ao categorizar suas ações, você terá uma melhor compreensão do que esperar delas.
  • Grandes empresas geralmente têm variações menores; pequenas empresas têm variações maiores.
  • Considere o tamanho da empresa se estiver esperando lucrar com um produto específico.
  • Procure por pequenas empresas lucrativas que tenham demonstrado a replicabilidade de seu conceito.
  • Desconfie de empresas com taxas de crescimento entre 50% e 100% ao ano.
  • Evite ações de setores em destaque.
  • Desconfie de diversificações que muitas vezes se transformam em desvalorizações.
  • Apostas duvidosas raramente compensam.
  • É melhor perder o primeiro movimento de uma ação e observar se os planos da empresa estão funcionando.
  • As pessoas frequentemente têm informações valiosas em seus locais de trabalho que demoram a chegar aos profissionais.
  • Separe as dicas sobre ações do provedor, mesmo que ele seja inteligente e rico, e sua última dica tenha sido lucrativa.
  • Algumas dicas de ações, especialmente de especialistas do setor, podem ser valiosas, mas esteja ciente de vieses.
  • Invista em empresas simples e despretensiosas, que podem ser subestimadas pelo mercado.
  • Empresas de crescimento moderado em setores estáveis são investimentos ideais.
  • Procure por empresas com nichos específicos.
  • Ao comprar ações desvalorizadas de empresas em dificuldades, prefira aquelas com melhor posição financeira e evite as que têm grandes dúvidas com bancos.
  • Empresas sem dívidas têm menos chance de falir.
  • Avalie a habilidade administrativa com cautela e baseie sua decisão nas perspectivas da empresa, não apenas no currículo do presidente.
  • Muito dinheiro pode ser ganho com a recuperação de empresas em dificuldade.
  • Considere cuidadosamente a relação P/L; ações superestimadas podem não gerar lucros.
  • Estabeleça um roteiro para monitorar o progresso da empresa.
  • Prefira empresas que recompram consistentemente suas próprias ações.
  • Analise o histórico de dividendos e desempenho nas recessões anteriores.
  • Procure empresas com pouco investimento institucional.
  • Dê preferência a empresas em que a administração tenha um significativo investimento pessoal.
  • Compras de ações por membros da empresa são um bom sinal, especialmente se vários indivíduos comprarem simultaneamente.
  • Reserve pelo menos uma hora por semana para pesquisar investimentos.
  • Seja paciente; as ações não sobem apenas por serem monitoradas.
  • Comprar ações apenas com base no valor contábil é arriscado; leve em consideração o valor real.
  • Quando em dúvida, espere um pouco mais.
  • Invista tempo na seleção de ações, tanto quanto investiria na escolha de um eletrodoméstico.

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Peter Lynch
Além de grande investidor, Peter Lynch sempre praticou a filantropia.

Ele acredita que a filantropia é uma forma de investimento.

Ele é o fundador da Fundação Lynch que apoia a pesquisa em educação, organizações religiosas, hospitais e medicina, e várias organizações culturais e históricos. Ele doa para várias organizações em particular, através da Fundação Lynch, Fidelity Charitable Gift Fund e dois outros fundos fiduciários de caridade.

Atualmente, Lynch atua como vice-presidente da Fidelity Management & Research Co., consultora de investimentos da Fidelity Investments.

Além disso, durante sua aposentadoria, Lynch foi o autor de três livros sobre investimentos junto com John Rothchild. Esses livros ‘One Up On Wall Street’, ‘Beating the Street’ e ‘Learn to Earn’; Os dois primeiros livros foram peças fenomenais de trabalho, e best-sellers. Eles foram traduzidos para O Jeito Peter Lynch de Investir e Batendo o Mercado.

Antes de comprar você precisa saber explicar o que está comprando.

Peter Lynch

Ações não são bilhetes de loteria. Por trás de cada papel há uma empresa. Se a empresa se sair bem, com o tempo, as ações vão bem e vice-versa. 

Peter Lynch

O investidor que não acompanha o mercado em 100% do tempo consegue acompanhar algo entre 8 e 12 empresas e não deveria ter mais do que 5 empresas em seu portfólio ao mesmo tempo.

Peter Lynch
  • http://www.valuewalk.com/peter-lynch-resource-page/
  • https://farseeingvaluecom.wordpress.com/2016/02/25/invest-like-peter-lynch/amp/
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