Uma Carteira de Investimentos nada mais é que uma grupo de aplicações financeiras que possuem diferentes percentuais de alocação, seja em renda fixa, renda variável, imóveis, fundos, etc.
As carteiras de investimentos podem ser construídas e geridas tanto por pessoas físicas quanto pessoas jurídicas (instituições, fundos de pensão, fundos de investimentos, bancos de investimentos, etc).
A gestão de uma carteira é essencial para observar a sua taxa de crescimento, estimar o risco e retorno dos investimentos, realizar ajustes nas alocações de ativos e monitorar o crescimento do patrimônio.
A construção e gestão de uma carteira de investimentos não é um bicho de sete cabeças.
Você mesmo pode ser o gestor de sua carteira. Essa é a forma que eu mesmo faço e recomendo você fazer o mesmo.
Neste artigo você vai aprender:
- O que é perfil de investidor e porque isso pode ajudá-lo na formação de sua carteira
- Porque o risco e retorno sempre deve ser considerado ao criar uma carteira de investimento
- Como você mesmo pode investir seu dinheiro (e quais riscos precisa assumir)
Índice de Conteúdo
O Perfil do Investidor na Formação da Carteira de Investimentos
Uma carteira de investimentos permite a diversificação de ativos bem como a diluição do risco, trazendo maior tranquilidade ao investidor e menor volatilidade do patrimônio.
Entende-se como diversificação uma forma do investidor de distribuir seus recursos financeiros em diversos ativos de forma a equilibrar a relação Risco x Retorno.
A gestão de investimentos está relacionada diretamente com a relação entre o risco e o retorno. Quanto maior o risco de um investimento, teoricamente maior será o retorno.
Os ativos financeiros que fazem parte de uma carteira de investimentos devem ser escolhidos de acordo com perfil de risco do investidor.
No caso de ser avesso ao risco irá optar por uma carteira com menor risco, logo menor retorno, se for propenso ao risco irá optar neste caso por uma carteira de maior risco, logo maior retorno.
Por exemplo, ao se investir em ativos de renda fixa (títulos do tesouro, debêntures, LCI, LCA, CRIs, etc), o investidor busca estar exposto a menos risco, enquanto que o investimento em renda variável (ações, ETFs, fundos de ações, fundos imobiliários, etc) o investidor aceita correr mais risco em troca de um maior retorno.
Mesmo sabendo que retorno passado não representa retorno futuro, e que os eventos do passado não se repetem no futuro, é importante mensurar o risco e o retorno das aplicações e ativos individualmente e na carteira de investimentos como um todo.
Exemplo de uma carteira de investimentos
Imagine uma pessoa que começou a juntar dinheiro e depositou suas economias na caderneta de poupança, aplicação financeira mais famosa e comum entre os brasileiros e considerada de baixíssimo risco.
Depois, procurando alguns investimentos um pouco mais rentáveis, essa pessoa pegou parte das economias e colocou em um fundo de renda fixa (que tem como ativos títulos públicos ou privados, LCIs, CRIs, etc).
Apesar de também serem de baixo risco, esses fundos apresentam riscos maiores que o da caderneta de poupança.
Um tempo depois, essa mesma pessoa resolve que está na hora de arriscar um pouco mais, e coloca um pouco de dinheiro em um fundo de ações (que tem como ativos ações de empresas de capital aberto negociadas na Bolsa de Valores).
Uma aplicação em um fundo de ações reúne ativos financeiros da renda variável que apresentam risco mais elevado que poupança e renda-fixa.
Essa pessoa tem agora dinheiro aplicado em:
- Caderneta de poupança
- Fundo de Renda Fixa
- Fundo de Ações
Observe que agora essa pessoa possui diversos tipos de investimentos, com diferentes graus de risco e de retorno. Podemos dizer que essa é a carteira de investimentos da pessoa. Ou seja, é o grupo de aplicações que ela fez ao longo do tempo, com diferentes percentuais de alocação e com diferentes graus de risco e retorno.
Entende-se por alocação de ativos o percentual do total alocado para cada ativo (ou aplicação) financeira. A depender desse percentual é possível estimar o perfil do investidor.
No nosso exemplo anterior, caso o nosso investidor tivesse um montante (patrimônio) de R$ 50.000,00 investidos e tivesse 50% na caderneta de poupança, 40% em fundo de renda fixa e 10% em fundo de ações, ele poderia ser classificado como um investidor conservador, visto que a maior parte de seus recursos estão em poupança e renda-fixa.
Os 10% aplicados em renda variável (fundo de ações) está mais suscetível às oscilações de mercado, correndo portanto mais risco, entretanto oferecendo um maior retorno.
Para você entender melhor o que é perfil de investidor, recomendo a leitura:
Gestão da Carteira de Investimentos
Um gestor de fundos monta e gerencia carteiras de investimento.
Ele escolhe as aplicações que vai fazer e acompanha o resultado de tempos em tempos, fazendo ajustes se ele achar que é necessário, mas respeitando alguns limites.
Todo fundo de instituições profissionais tem um regulamento e uma política de investimento que diz os limites que o gestor deve obedecer, ou seja, estabelece onde ele pode e onde ele não pode investir o dinheiro dos cotistas.
Existem vários tipos de aplicações disponíveis no mercado brasileiro.
Tem fundo que inclusive pode investir em mercados internacionais. Mas lembre-se: sempre de acordo com a política do fundo. Algumas das aplicações disponíveis são:
- Ações
- CDBs (títulos de crédito emitidos por bancos)
- Títulos públicos (títulos do governo)
- Debêntures (títulos da dívida privada)
- Derivativos (como opções, por exemplo)
Investindo por Conta Própria
Eu acredito que o investidor deve administrar seu próprio dinheiro.
Eu mesmo faço isso com meu dinheiro, pois sei qual a alocação e diversificação de ativos que me deixam dormir tranquilo.
Eu prefiro ter plena consciência do uso dos meus recursos.
Somente administrando meu próprio dinheiro, e não delegando a terceiros, eu poderei criar a maturidade necessária para saber o que fazer com ele no futuro.
Mas não é fácil a primeira vista. Vai exigir que você saia da sua zona de conforto e aceite as decisões que tomar, sendo o único que responde pelo seus atos.
Portanto, se você pretende investir seus próprios recursos, você precisa:
- Conhecer a si mesmo. Tem gente que não suporta a volatilidade do mercado. Certamente seu lugar não é a renda variável (e não há problema algum nisso).
- Estudar sobre investimentos. O investidor de longo prazo, que escolhe qual ativo vai investir, vai precisar estudar muito. O conhecimento é sua maior arma.
- Seguir com uma estratégia adequada que esteja em sintonia com seu perfil.
- Assumir a responsável pela escolha de seus ativos. Não adianta terceirizar a culpa (você responde a você mesmo).
- Ter paciência e aprender a controlar suas emoções.
Recomento a leitura:
Investindo com Profissionais de Investimentos
Apesar de eu defender que as pessoas deveriam montar sua própria carteira de investimentos, caso você realmente não queira fazer isso e deseje contratar profissionais, tem que ficar atento a algumas questões.
Antes de mais anda existe uma série de instituições de onde é possível montar uma carteira de investimentos, tais como bancos, corretoras e empresas de gestão.
Atualmente este mercado tem se especializado muito, levando à criação de profissionais mais capacitados a assessorar este tipo de investidor por meio de empresas especializadas.
Cabe a estes profissionais gerir a carteira de investimentos de modo a que se obtenha o maior retorno para um determinado nível de risco.
Os profissionais típicos de investimento são pessoas formadas em administração de empresas, economia, ciências contábeis, engenharia ou direito, que trabalham em instituições financeiras, asset management, seguradoras, fundos de pensão e empresas de consultoria.
Outra característica destes profissionais é a necessidade de certificação adequada, tais como as exigidas pela AMBIMA e APIMEC para assessor e instruir clientes.
Apesar de não estar diretamente ligado nas operações e escolhendo seus próprios ativos, ainda assim você precisa ficar bastante atento. Ao contratar qualquer profissional de investimentos para gerir seus recursos, saiba exatamente em que ele está investindo.
Se você pretende investir seus recursos através de algum gestor, você precisa:
- Analisar se as taxas de administração cobradas estão coerentes com o mercado ou se estão muito altas (acima de 2% já acende um grande sinal vermelho!).
- Quais ativos formam a carteira de investimento;
- Qual o prazo e objetivos do fundo;
- Qual a filosofia de investimento do gestor e as estratégias adotadas.
Conclusões
Carteiras de Investimentos são aplicações financeiras onde um gestor (profissional ou não) realiza aportes em determinados ativos financeiros com diferentes graus de risco e de retorno. Esse gestor monitora e ajusta ao longo do tempo a carteira conforme objetivos pré-estabelecidos.
O gestor de uma carteira pode aplicar em fundos de investimento (fundos de renda-fixa, fundos de ações, fundos multimercados, etc) que são administrados por profissionais, ou aplicar diretamente nos ativos financeiros (ações, títulos, CDBs, LCIs, debêntures, etc).
Existem diversos tipos de aplicações e ativos financeiros, cada um com seu grau de risco e retorno.
No momento de criação de uma Carteira de Investimentos, o gestor deve conhecer bem o perfil do investidor para que se possa construir uma alocação de ativos que se adequem com o perfil e ao mesmo tempo com uma relação Risco x Retorno confortável.
É possível contratar um profissionais que administrem fundos de investimentos ou você mesmo pode montar sua carteira. Dessa forma é recomendável estudar e analisar antes de tomar qualquer decisão que possa acarretar prejuízos financeiros no futuro.
Apesar de não ser minha estratégia (eu prefiro gerir meus próprios recursos), caso você deseje contratar qualquer profissional para gerir seus recursos descubra tudo o que puder sobre ele. Taxas de administração, taxas de performance, objetivos do fundo, alocação de ativos, horizonte de investimentos, histórico de retorno, qual a filosofia e estratégia do gestor.
Não é porque seu dinheiro esta com outra pessoa que você tem que ser um ignorante! Pelo contrario!
Independente de qualquer coisa, é importante acompanhar periodicamente as aplicações financeiras, tanto para confirmar suas estratégias e expectativas, quanto para fazer alterações ao longo do tempo.
E você, já sabe o que é uma Carteira de Investimentos?
Qual o seu perfil e horizonte de investimento?
Bons investimentos!
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