10 Ensinamentos de Warren Buffett para encontrar Empresas com Vantagem Competitiva Durável

Vantagem Competitiva
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Saiba como encontrar empresas com vantagem competitiva de longo prazo.

Ao longo de sua carreira, Warren Buffett desenvolveu um método único para selecionar as empresas nas quais investir. Por meio da análise dos balanços, ele acumulou bilhões de dólares apostando apenas nas organizações com uma vantagem competitiva de longo prazo.

E o livro mais famoso que descreve o passo-a-passo de como Buffett procura e avalia empresas é o Warren Buffett e a Analise de Balanços.

Com uma linguagem clara e exemplos práticos, Mary Buffett e David Clark apresentam as estratégias de Buffett com dicas úteis tanto para investidores principiantes quanto para os mais arrojados. Esse livro mostra como identificar empresas com vantagem competitiva durável por meio de suas demonstrações financeiras.

Buffett criou sua riqueza com a ideia revolucionária de que as empresas com uma vantagem competitiva durável mostram tanta força e previsibilidade no crescimento do lucro a ponto de esse aumento transformar suas ações em uma espécie de equity bond (título com participação patrimonial) com pagamento de juros cada vez mais altos.

Neste artigo você vai aprender:

  • Como identificar empresas com vantagem competitiva durável
  • Porque evitar empresas alto endividamento e necessidade de CAPEX
  • Quais indicadores podem ajudar o investidor ao analisar excelentes empresas

Buffett procura empresas com vantagem competitiva, que terão condições de resistir e se valorizar no longo prazo.

Empresas com vantagem competitiva têm três modelos básicos:

  1. Vendem um produto exclusivo;
  2. Prestam um serviço exclusivo e
  3. Compram e vendem um produto a baixo custo que o público sempre precisa.

Buffett gosta de pensar que essas empresas conquistaram um lugar na mente dos consumidores, fazendo com que seus produtos não precisem ser modificados (empresas tais como Coca-Cola, Budweiser, Skol, Brahma, etc.)

A lógica por trás disso é simples: empresas prestam serviços exclusivos e que conquistam uma posição na mente do consumidor podem gerar margens melhores do que as empresas que vendem produtos.

A consistência da vantagem competitiva gera toda a riqueza, segundo Buffet (a Coca-Cola vende seus produtos há mais de 100 anos).

Essa é a consistência buscada e que cria lucros constantes para as empresas.

Empresas com vantagem competitiva costumam ter margens brutas (lucro bruto/receita total) constantemente maiores que as outras. Como regra geral (e existem exceções), empresas com margens brutas acima de 40% tendem a ter algum tipo de vantagem competitiva durável.

Uma margem de lucro bruto abaixo de 40% indica empresas que se encontram em um setor extremamente competitivo, no qual nenhuma empresa pode criar uma vantagem competitiva sustentável em relação às concorrentes.

A consistência falada por Buffett remete a um período de 10 anos de margens brutas altas.

Empresas que não precisam mudar seus produtos constantemente evitam fazer dívidas, pagar juros, trocar maquinário e sistemas para desenvolver novos produtos, o que proporciona maior lucro para a empresa.

Despesas gerais, com vendas e administrativas (VGA) incluem os salários da gerência, gastos com publicidade, com viagens, custas judiciais, comissões, todos os custos da folha de pagamento e gastos desse tipo. Quanto mais baixas forem as margens de (VGA), melhor.

Qualquer número abaixo dos 30% é considerado fantástico. Mas há diversas empresas com vantagem competitiva que esse número gira em torno de 30% a 80%, porém nunca deve ficar acima de 80%.

Buffett fica longe de empresas que necessitam investir grandes quantias em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), uma vez que sua tecnologia pode ficar obsoleta, sendo necessário dispêndio de cada vez mais dinheiro para renovação do parque tecnológico, o que também gera mais VGA.

Assim, ele diz que empresas que precisam investir muito em P&D têm uma falha inerente em sua vantagem competitiva que vai sempre pôr suas condições econômicas de longo prazo em risco, o que significa não seguras. E, se não seguras, ele não está interessado nelas.

Buffett analisa, no caso do ativo da empresa, o quanto a empresa tem de caixa e investimentos de curto prazo.

Uma cifra alta de caixa e investimentos de curto prazo podem informar que a empresa tem uma vantagem competitiva e consegue gerar bastante dinheiro ou que essa empresa acabou de vender um negócio ou títulos, o que não é uma boa coisa.

Uma companhia com uma vantagem competitiva durável não precisa modernizar constantemente sua fábrica e seus equipamentos para se manter competitiva. 

A empresa que possui uma vantagem competitiva durável, portanto, substitui seu ativo imobilizado à medida que ele vai se desgastando, ao passo que a que não tem vantagem competitiva durável tem de substituir seu ativo imobilizado para se manter par a par com a concorrência.

Em geral, para dar continuidade às suas operações, uma empresa que possui vantagem competitiva durável gasta uma fatia menor do seu lucro com despesas com ativos fixos (Fluxo de Caixa – Investimentos) do que uma que não possui vantagem competitiva durável.

Buffett descobriu que, se uma empresa está historicamente gastando 50% ou menos do seu lucro líquido anual em despesas com ativos fixos, aquele é um bom lugar para procurar uma vantagem competitiva durável. Menos de 25% é muito provável tratar-se de uma vantagem competitiva.

Aprenda a analisar o fluxo de caixa livre das empresas:

Buffett acredita que a depreciação é uma despesa real e sempre deve ser incluída em qualquer cálculo de lucro. Se fizéssemos o contrário, estaríamos nos iludindo a curto prazo, acreditando que a empresa está lucrando mais do que está. E ninguém fica rico com ilusões.

Buffett descobriu que empresas com custos menores de depreciação têm uma vantagem competitiva durável.

As despesas com juros tratam-se de um custo financeiro, não operacional, que fica isolado, pois não está ligado a nenhum processo produtivo ou de venda. Em vez disso, os juros refletem o endividamento total que a empresa apresenta em seu balanço. Quanto maior o endividamento, maior a quantidade de juros a ser paga.

Para Buffett, empresas com vantagem competitiva durável têm pouca ou nenhuma despesa com juros. A Procter & Gamble gasta apenas 8% de seu lucro bruto com juros. A Wrigley Co. necessita gastar, em média, 7% em média de seu lucro bruto com juros. A Goodyear, que atua em um setor altamente competitivo, gasta, em média, 49% do seu lucro bruto com despesas com juros.

Assim, empresas com vantagem competitiva gastam menos de 15% do seu lucro bruto com despesas de juros. Importante salientar que esse valor pode variar de setor para setor, tendo em vista que há setores em que as empresas trabalham mais alavancadas.

Quando o assunto é investir em instituições financeiras, Buffet sempre se manteve à distância de empresas que contraem mais empréstimos a curto prazo do que a longo prazo.  A lição é: nunca se enriquece quando se está no lado em desvantagem de um desastre financeiro.

Normalmente, empresas com uma vantagem competitiva durável precisam de pouca ou nenhuma dívida de longo prazo para manter suas operações e, portanto, têm pouca ou nenhuma dívida de longo prazo a vencer.

Assim, se estamos lidando com uma companhia que tem muitas dívidas de longo prazo a vencer, esta provavelmente não possui uma vantagem competitiva de longo prazo.

Sobre o coeficiente de endividamento (Passivo/Patrimônio Líquido): a regra é simples.

A menos que estejamos analisando uma instituição financeira, toda vez que vemos um coeficiente corrigido de endividamento em relação ao patrimônio líquido abaixo de 0,80 (quanto mais baixo melhor), há uma boa chance de a empresa em questão ter a cobiçada vantagem competitiva durável.

Recomendo a leitura:

Empresas com vantagem competitiva durável muitas vezes têm coeficientes de liquidez inferiores a 1.

O que causa essa anomalia é o imenso poder de geração de lucro que a vantagem competitiva durável cria. Em suma, você tem um quadro econômico corrente que não exige o colchão de liquidez necessário a uma companhia com condições econômicas menos favoráveis.

As empresas que têm um poder de geração de lucro suficiente para quitar sua dívida de longo prazo em menos de três ou quatro anos são boas candidatas em nossa busca por uma companhia excelente com uma vantagem competitiva de longo prazo.

Ao avaliar a qualidade e a durabilidade da vantagem competitiva de uma empresa, Buffett aprendeu a evitar companhias que usam muita alavancagem para gerar lucro.

Para entender melhor sobre análise de liquidez, recomendo a leitura:

As empresas com uma vantagem competitiva durável, graças às suas ótimas condições econômicas, tendem a ter muito dinheiro livre que pode ser gasto com a recompra das próprias ações.

A presença de ações em tesouraria no balanço patrimonial e um histórico de recompra de ações são bons indicadores de que a empresa em questão tem uma vantagem competitiva durável a seu favor.

Se uma empresa recompra suas ações periodicamente é porque provavelmente tem uma vantagem competitiva durável que está gerando todo o caixa extra para que isso pudesse ser feito.

Em geral, empresas que têm vantagem competitiva durável não possuem ações preferenciais (lembre-se que Buffett investe no mercado americano).

Lucro líquido é que sobra para os acionistas após a empresa pagar tudo o que deve. No entanto, os Lucros Antes dos Impostos (EBIT) é o número que Buffett usa para calcular o retorno que está obtendo ao comprar uma companhia ou uma participação parcial.

Não interessa se uma empresa apenas gerou lucro, ele precisa ser consistente e crescente ao longo do tempo. A taxa de crescimento do lucro acumulado de uma empresa é um bom indicador para sabermos se ela está se beneficiando ou não de uma vantagem competitiva durável.

Para Buffett, ao analisar o Lucro Líquido, deve-se pensar em duas etapas:

1) analisar se o lucro líquido está ou não mostrando uma tendência histórica de alta.

2) Ele está interessado em saber se existe ou não consistência no lucro e se a tendência é de alta no longo prazo. Assim, o percurso não precisa ocorrer sem percalços, mas a tendência deve ser de alta.

Uma regra simples (e há exceções) é que, se uma empresa está apresentando um histórico de lucros líquidos superiores a 20% da receita total, há boas chances dela estar se beneficiando de uma vantagem competitiva de longo prazo.

Da mesma maneira, se uma empresa apresenta esse valor menor do que 10% da receita total, é bastante provável que seu setor de atuação seja altamente competitivo, sem que nenhuma empresa tenha uma vantagem competitiva durável.

Atenção: Os eventos não recorrentes (como o famoso lucro não recorrente), para Buffett, devem ser removidos do cálculo de lucro líquido para determinar se uma empresa tem ou não vantagem competitiva.

Leia também:

O livro “Warren Buffett e a Análise de Balanços“, escrito por Mary Buffett e David Clark levanta os principais insights que o megainvestidor obtém ao ler as demonstrações de resultados de exercícios, balaços patrimoniais e demonstrações de fluxos de caixa.

Super didático com linguagem muito simples, o livro dá uma visão geral sobre balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício (DRE) e do fluxo de caixa (FC). Fala dos pontos importantes de se checar para análise fundamentalista de empresas. 

É uma fonte riquíssima para quem quer entender e aprender a analisar seus próprios ativos. Entender um balanço patrimonial e uma DRE é fundamental para quem quer investir para o longo prazo.

Neste artigo foi resumido 10 ensinamentos do seu livro:

  1. Procure empresas com vantagem competitiva durável
  2. Procure negócios com boas margens
  3. Procure empresas com despesas baixas
  4. Evite setores com grandes gastos P&D
  5. De olho nos ativos e investimentos
  6. Cuidado com a depreciação
  7. Atenção ao endividamento e alavancagem
  8. Observe a liquidez da empresa
  9. Analise as recompras de ações
  10. Sempre de olho nos lucros da empresa

Além disso, este livro vai ajudar você a entender:

  • Como Buffett interpreta as demonstrações financeiras e os balanços patrimoniais para avaliar uma empresa
  • Como Buffett aplica os coeficientes e cálculos financeiros para identificar companhias que possuem uma vantagem competitiva durável
  • Que volume de dívidas Buffett acredita que uma organização pode suportar antes de se tornar um investimento de risco
  • Que tipos de empresas Buffett evita apesar da baixa cotação de suas ações.

Bons investimentos!

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