Valor Intrínseco: Como estimar o valor de um ativo

Valor intrínseco
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Valor Intríseco de ações e ativos
Descubra como o investidor pode estimar o valor intrínseco de um ativo.

Quanto vale uma ação?

Você poderia simplesmente responder que é o preço negociado na bolsa, que está lá aparecendo no homebroker.

Até aí tudo bem.

Porém, esse preço está sujeito aos caprichos do mercado. Ou seja, nada mais é que o resultado de milhares de lances de compra e venda naquele momento.

Meio difícil avaliar algo que muda a todo momento, não é mesmo?

Outra alternativa, mais fundamentada, é estimar o valor intrínseco da ação.

Mas, porque você faria isso?

Simples, porque o valor intrínseco de uma ação é o seu verdadeiro valor. Refere-se o quanto uma ação (ou qualquer ativo) realmente vale – mesmo que alguns investidores pensem que possa valer MUITO mais ou MUITO menos do que esse valor.

Você pode pensar que calcular valor intrínseco é algo difícil ou complexo. Mas não precisa ser assim. Não só você mesmo pode estimar o valor intrínseco de uma ação, como também pode usá-lo para buscar as melhores pechinchas do mercado.

Saber como estimar o valor intrínseco de um investimento é útil, especialmente se você é um investidor em valor com o objetivo de comprar ações ou outros investimentos com desconto.

Nesse artigo você vai aprender:

  • O que é e porque calcular o valor intrínseco de um ativo
  • Quais são os métodos mais conhecidos para estimar o valor de um ativo
  • Porque o investidor deveria considerar essa abordagem em seus investimentos

O que é e porque estimar o Valor Intrínseco?

Valor intrínseco é uma medida do valor de um ativo.

Essa medida é concedida por meio de um cálculo objetivo mais simples ou de um modelo financeiro complexo, em vez de utilizar o preço de mercado atualmente negociado desse ativo.

Estimar o valor intrínseco pode ser uma ferramenta poderosa de análise para investidores que buscam oportunidades de investimento em valor. Essa abordagem consiste em identificar ações que estejam sendo negociadas por um preço inferior ao seu valor intrínseco.

Existem diversos métodos de avaliação do valor intrínseco de uma ação.

Sendo assim, é perfeitamente possível que dois investidores tenham opiniões diferentes e igualmente válidas sobre o valor intrínseco da mesma ação (em verdade, sempre vai ser assim).

No entanto, a ideia geral é adquirir ações por um preço abaixo do seu valor, e a avaliação do valor intrínseco pode ser uma ferramenta útil nesse processo.

Ao estimar o valor intrínseco de um ativo (veja que estamos “estimando”), os investidores podem tomar decisões mais asertivas sobre quais ações estão subvalorizadas no mercado, permitindo-lhes comprar ações com potencial de valorização.

Com a utilização do valor intrínseco como critério de avaliação, os investidores podem buscar oportunidades de investimento com maior margem de segurança e potencial de retorno.

Se isso faz sentido pra você, continue a leitura para descobrir como calcular o valor intrínseco de um ativo através de diferentes abordagens.

Métodos para Estimar o Valor Intrínseco

Valor intrínseco
Quais são os métodos para estimar o valor intrínseco?

Existem diversos métodos capazes de estimar o valor intrínseco. Confira a seguir quatro métodos bastante conhecidos e utilizados por investidores.

Avaliação por Ativos

A avaliação por ativos é um dos métodos utilizados na análise fundamentalista para estimar o valor intrínseco de uma empresa ou ativo, com base nos valores contábeis dos ativos e passivos presentes em seu balanço patrimonial. É uma abordagem que busca determinar o valor da empresa com base nos ativos tangíveis e intangíveis que ela possui.

A avaliação por ativos envolve a análise detalhada dos ativos e passivos registrados no balanço patrimonial da empresa, incluindo ativos físicos, como imóveis, máquinas e equipamentos, estoques, além de ativos intangíveis, como marcas, patentes e goodwill.

Os valores contábeis desses ativos e passivos são então utilizados para determinar o valor líquido do patrimônio líquido da empresa.

A maneira mais simples de calcular o valor intrínseco de uma ação é usar uma avaliação baseada em ativos. A fórmula para este cálculo é simples:

Valor intrínseco = (Soma dos ativos de uma empresa, tangíveis e intangíveis) – (Soma do passivo de uma empresa)

Vamos dar um exemplo. Suponha que os ativos da empresa chamada Usinas de Aço S.A. totalizem R$ 500 milhões. Seu passivo é R$ 200 milhões de reais. Subtrair o passivo dos ativos daria um valor intrínseco de R$ 300 milhões. Se dividir esse valor pelo número de ações, teremos o que chamam de Valor Patrimonial por Ação.

Vamos ver quais são as vantagens desse método:

  1. Base contábil: É uma abordagem que se baseia em valores contábeis registrados no balanço patrimonial da empresa, o que pode conferir maior confiabilidade e consistência às estimativas.
  2. Transparência: Os dados necessários para a avaliação por ativos estão disponíveis publicamente nos relatórios financeiros da empresa, o que facilita a análise e comparação com outras empresas.
  3. Consideração dos ativos tangíveis e intangíveis: A avaliação por ativos leva em consideração tanto os ativos tangíveis (físicos) quanto os intangíveis (como marcas e patentes), o que pode ser relevante em setores onde os ativos intangíveis têm grande importância, como na indústria de tecnologia.

Agora, vamos as desvantagens:

  1. Desatualização dos valores contábeis: Os valores contábeis dos ativos e passivos podem não refletir o valor de mercado atual dos ativos, uma vez que estão sujeitos a depreciação, amortização e outras mudanças contábeis ao longo do tempo.
  2. Dificuldade em avaliar ativos intangíveis: A avaliação de ativos intangíveis, como marcas e patentes, pode ser subjetiva e complexa, pois nem sempre é possível determinar com precisão seu valor de mercado.
  3. Ignora o potencial de geração de receitas futuras: A avaliação por ativos não leva em consideração o potencial de geração de receitas e lucros futuros da empresa, o que pode resultar em uma estimativa limitada do valor intrínseco.

Ou seja, esse método simplesmente faz com que o investidor avalie uma empresa com base em seu patrimônio líquido. É uma avaliação simplista? Sim, mas continua sendo uma avaliação. Para algumas indústrias e setores podem fazer sentido.

Leia também:

Comparação com Pares

Esse método estima o valor intrínseco de um ativo por meio da comparação com outras empresas similares do mesmo setor ou indústria. É uma abordagem que busca avaliar a posição relativa da empresa em relação a seus concorrentes, com base em indicadores financeiros e de mercado.

A análise de comparação com pares envolve a seleção de empresas similares que operam no mesmo setor ou indústria, com características semelhantes, como tamanho, perfil de negócio, riscos e oportunidades.

Em seguida, são comparados indicadores financeiros e de mercado dessas empresas com os da empresa em análise, a fim de identificar possíveis diferenças e determinar se a ação está subvalorizada ou sobrevalorizada em relação aos concorrentes.

No exemplo da empresa que utilizamos antes, para saber se a Usinas de Aço S.A. vai bem, ele pode comparar ela com outras do setor, analisando a Receita Bruta, Lucro Operacional, Margens, Alavancagem, Endividamento, Patrimônio Líquido, etc.

Além de comparar indicadores financeiros, ele pode selecionar market-share, receita por tonelada de aço, e quaisquer outros indicadores operacionais que possam fazer sentido nesse segmento.

Vantagens do método de comparação com pares:

  1. Simplicidade: É uma abordagem relativamente simples e fácil de entender, que não requer cálculos complexos ou projeções financeiras.
  2. Referência ao mercado: Permite avaliar a posição relativa da empresa em relação aos concorrentes do mesmo setor ou indústria, levando em consideração as condições do mercado.
  3. Utilização de dados públicos: Os dados financeiros e de mercado das empresas comparáveis estão geralmente disponíveis publicamente, o que facilita a análise.

Desvantagens do método de comparação com pares:

  1. Limitação na precisão: A análise de comparação com pares pode ser limitada pela disponibilidade de empresas comparáveis e pela qualidade dos dados financeiros e de mercado utilizados na comparação.
  2. Diferenças entre empresas comparáveis: Mesmo empresas do mesmo setor ou indústria podem ter diferenças significativas em termos de tamanho, perfil de negócio, riscos e oportunidades, o que pode afetar a precisão da análise.
  3. Ignora diferenças intrínsecas: A análise de comparação com pares pode não levar em consideração as diferenças intrínsecas da empresa em análise, como suas perspectivas de crescimento, vantagens competitivas e posição de mercado, o que pode levar a uma estimativa imprecisa do valor intrínseco.

Múltiplos de Mercado

Nesse método, são comparados os múltiplos de mercado (como P/L, P/VP, PEG, entre outros) de uma ação com os de outras empresas do mesmo setor ou do mercado em geral.

Com base nessa comparação, é possível avaliar se a ação está sobrevalorizada ou subvalorizada em relação às suas pares e, assim, estimar seu valor intrínseco.

Ainda no exemplo que usamos anteriormente, o investidor pode comparar os múltiplos da Usinas de Aço S.A. com outras empresas do setor e saber se ela está negociada acima ou abaixo que seus pares. Indicadores fundamentalistas como P/L, P/VP, etc, possuem limitações, principalmente se não levarem em conta rendimento futuro.

Apesar dos múltiplos de mercado serem mais usados para comparar empresas ou mesmo avaliar ao longo do tempo seu comportamento, ela pode ser utilizada para estimar o valor intrínseco.

Veja a relação a seguir que utiliza o índice preço-lucro (PL):

V = LPA (1+r) P/L

onde

  • LPA é o lucro por ação.
  • r = a taxa de crescimento dos lucros esperado.
  • P/L é o índice Preço/Lucro

Digamos que o Usinas de Aço S.A. gerou ganhos por ação de R$ 3,30 nos últimos 12 meses. Suponha que a empresa será capaz de aumentar seus lucros em cerca de 12,5% nos próximos cinco anos. Finalmente, vamos supor que as ações atualmente têm um múltiplo P/L de 35,5. Usando essas figuras, o valor intrínseco do Usinas de Aço S.A. é:

($3,30 por ação) x (1 + 0,125) x 35,5 = R$ 131,79 por ação

Apesar dessa fórmula ser bem simples e fácil de aplicar, ela tem suas limitações e não deve ser a única ferramenta na análise de investimentos.

Vamos ver as vantagens da análise por múltiplos de mercado:

  1. Simplicidade e rapidez na aplicação: A análise por comparação de múltiplos de mercado é uma técnica relativamente simples e rápida de aplicar, não exigindo cálculos complexos ou informações detalhadas sobre a empresa em análise.
  2. Comparação direta com empresas comparáveis: Através dessa abordagem, é possível comparar a empresa em análise com outras empresas do mesmo setor ou segmento de mercado, fornecendo uma visão relativa do valor intrínseco do ativo em relação aos seus pares.
  3. Ampla aceitação no mercado financeiro: A análise por comparação de múltiplos de mercado é amplamente utilizada no mercado financeiro, sendo uma técnica aceita e reconhecida por investidores, analistas e profissionais da área financeira.

Desvantagens da análise por múltiplos de mercado:

  1. Subjetividade na escolha das empresas comparáveis: A escolha das empresas comparáveis e dos múltiplos a serem utilizados na análise pode ser subjetiva, o que pode levar a resultados diferentes dependendo da seleção feita.
  2. Não considera fatores específicos: A análise por comparação de múltiplos de mercado não leva em consideração fatores específicos da empresa em análise, como sua estratégia de negócio, governança corporativa, posição competitiva, entre outros, o que pode limitar a precisão dos resultados.
  3. Pode ter menor precisão de resultados: Por não levar em consideração informações detalhadas da empresa em análise, a análise por comparação de múltiplos de mercado pode ter uma menor precisão nos resultados obtidos, especialmente em empresas com características singulares ou que não possuam empresas comparáveis facilmente identificáveis.

Recomendo a leitura:

Fluxo de Caixa Descontado

As estimativas de fluxos de caixa futuros e aplicadas técnicas de valuation, como o Fluxo de Caixa Descontado (FCD), são usadas para determinar o valor intrínseco da ação.

Para realizar uma análise do FCD, você precisará seguir três passos:

  1. Estimar todos os fluxos de caixa futuros de uma empresa
  2. Calcular o valor presente de cada um desses fluxos de caixa futuros
  3. Somar os valores atuais para obter o valor intrínseco do ativo

Você provavelmente precisará se aprofundar nas demonstrações financeiras do negócio (sem surpresa, as demonstrações de fluxo de caixa anteriores seriam um bom lugar para começar).

Você também precisará obter uma compreensão das perspectivas de crescimento da empresa para fazer suposições educadas sobre como os fluxos de caixa podem mudar no futuro.

A fórmula que você pode usar para calcular um valor intrínseco usando análise de fluxo de caixa descontada:

V_{0}  = \frac{{FC_{1}}}{{(1 + r)^1}} + \frac{{FC_{2}}}{{(1 + r)^2}} + \ldots + \frac{{FC_{n}}}{{(1 + r)^n}} + \frac{{T}}{{(1 + r)^n}}

Ou, em forma de somatório:

V_{0} = \sum\limits_{t=1}^{n} \frac{FC_{t}}{(1+r)^{t}} + \frac{T}{(1 + r)^{n}}

onde:

  • V0 é o valor presente do fluxo do caixa, portanto o valor intrínseco
  • FC1 é fluxo de caixa no ano 1, FC2 é fluxo de caixa no ano 2, etc, até o ano n
  • r é a taxa de retorno que você poderia obter investindo dinheiro em outro lugar
  • T é valor terminal (ou residual) após n períodos

Essa fórmula é usada para calcular o valor presente dos fluxos de caixa futuros de um ativo, descontados para o presente usando uma taxa de desconto adequada. O valor terminal (V) representa o valor estimado do ativo após o período de projeção dos fluxos de caixa (n períodos).

O FCD é uma técnica comum usada na avaliação de ativos e é amplamente utilizada na análise fundamentalista e em modelos de valuation financeira. Alguns economistas consideram a melhor maneira de calcular o valor intrínseco de uma ação.

A vantagem deste método é que ele leva em consideração os fundamentos reais da empresa e suas perspectivas futuras. No entanto, ele também pode ser complexo e exigir uma série de premissas e estimativas.

Digamos que você queira realizar uma análise de fluxo de caixa com desconto para as ações da Usinas de Aço S.A., uma empresa fictícia que fabrica ligas metálicas de variados tipos. Você olha para o seu fluxo de caixa atual e vê que ele gerou fluxo de caixa de R$ 100 milhões nos últimos 12 meses.

Com base nas perspectivas de crescimento da empresa, você estima que o fluxo de caixa da Usinas de Aço S.A crescerá 5% ao ano. Se você usar uma taxa de retorno de 4%, o valor intrínseco do Usinas de Aço S.A seria um pouco mais de R$ 2,8 bilhões usando fluxos de caixa descontados saindo por 25 anos.

Vantagens do Fluxo de Caixa Descontado:

  1. Avaliação precisa do valor de um investimento: considerando o valor do dinheiro no tempo, o fluxo de caixa descontado permite uma estimativa mais precisa do valor real de um investimento.
  2. Consideração de riscos e incertezas: ao aplicar uma taxa de desconto apropriada, é possível levar em conta a incerteza dos fluxos de caixa futuros, permitindo uma avaliação mais realista do valor de um investimento.
  3. Tomada de decisão informada: o fluxo de caixa descontado facilita a comparação de diferentes investimentos com base em seu valor presente líquido, auxiliando na tomada de decisões mais informadas.

Desvantagens do Fluxo de Caixa Descontado:

  1. Estimativas de fluxos de caixa futuros incertas: a precisão do fluxo de caixa descontado depende da qualidade das estimativas dos fluxos de caixa futuros, o que pode ser desafiador, especialmente em projetos de longo prazo ou setores voláteis.
  2. Sensibilidade à taxa de desconto: pequenas mudanças na taxa de desconto podem ter um grande impacto no valor presente líquido do investimento, sendo difícil determinar a taxa de desconto apropriada de forma objetiva.
  3. Não considera outros fatores intangíveis: o fluxo de caixa descontado pode não levar em consideração fatores intangíveis, como a reputação da empresa ou a inovação tecnológica, o que pode limitar sua abrangência na avaliação do valor de um investimento.

Recomendo a leitura:

Vantagens e Desvantagens de Estimar o Valor Intrínseco

Métodos para estimar valor intrínseco
Cada método de estimativa de valor possui vantagens e desvantagens.

Existem vantagens e desvantagens de se estimar o valor intrínseco. De forma geral:

Vantagens:

  • Possibilitam uma avaliação mais fundamentada e detalhada do verdadeiro valor de uma ação, considerando seus fundamentos financeiros, fluxos de caixa futuros e perspectivas de crescimento.
  • Permitem identificar oportunidades de investimento, como ações subvalorizadas, que podem oferecer maior potencial de retorno no longo prazo.
  • São ferramentas úteis para investidores que buscam uma abordagem mais analítica e fundamentada na tomada de decisões de investimento.

Desvantagens:

  • Podem ser complexos e exigir conhecimentos técnicos avançados em finanças e análise de empresas.
  • Dependem de premissas e estimativas, o que pode levar a resultados variáveis e sujeitos a erro.
  • Podem não levar em consideração eventos imprevistos ou mudanças no mercado que possam afetar os resultados estimados.
  • Alguns métodos podem ser mais aplicáveis a determinados setores ou tipos de empresas, o que pode limitar sua utilização em algumas situações.

A tabela a seguir traz um resumo comparativo das vantagens e desvantagens de cada um dos quatro métodos citados anteriormente.

Método de Cálculo Vantagens Desvantagens
Avaliação por Ativos
  • Considera o valor dos ativos tangíveis da empresa, como patrimônio líquido, imóveis, etc.
  • Pode ser útil em setores como imobiliário, infraestrutura e indústria.
  • Pode não ser apropriado para empresas com ativos intangíveis de maior valor, como empresas de tecnologia ou serviços.
  • Desconsidera fatores como perspectivas de crescimento e lucratividade futura.
  • Não é uma abordagem tão abrangente como outros métodos.
Comparação com Pares
  • Permite comparar a empresa com outras do mesmo setor ou do mesmo porte.
  • Pode identificar empresas com desempenho financeiro superior ou inferior ao do mercado.
  • É uma abordagem mais simples e rápida.
  • Pode não levar em consideração as particularidades da empresa em análise.
  • Depende da disponibilidade e qualidade dos dados comparativos.
  • Não é tão detalhada quanto outros métodos.
Múltiplos de mercado
  • Utiliza múltiplos financeiros, como P/L (Preço/Lucro), P/VP (Preço/Valor Patrimonial), entre outros, para avaliar a empresa.
  • É uma abordagem rápida e simples.
  • Pode ser útil para empresas do mesmo setor ou indústria.
  • Depende da disponibilidade e qualidade dos dados de mercado.
  • Pode não considerar as particularidades da empresa em análise.
  • Não é uma abordagem tão detalhada quanto outras.
Fluxo de Caixa Descontado (FCD)
  • Considera o valor presente dos fluxos de caixa futuros da empresa.
  • Leva em conta o tempo e o custo de capital para descontar os fluxos de caixa.
  • Pode ser aplicado em empresas com perspectivas de crescimento.
  • Requer estimativas precisas dos fluxos de caixa futuros e da taxa de desconto.
  • Pode ser complexo e exigir conhecimentos avançados em finanças.
  • Pode não levar em consideração eventos imprevistos ou mudanças no mercado.

Risco de Mercado (Beta)

O risco de mercado, como medido pelo beta, é um dos fatores estimados em muitos modelos de avaliação de empresas.

O beta, que é uma medida do risco de mercado utilizado em muitos modelos de avaliação de empresas, estima a volatilidade ou flutuação do preço das ações, sendo um indicador relevante na determinação do risco associado a um investimento em ações.

Existem várias maneiras de calcular o beta, mas a fórmula básica é a seguinte:

Beta = Covariância entre o Retorno do Ativo e o Retorno do Mercado / Variância do Retorno do Mercado

A covariância é uma medida estatística que indica como duas variáveis se movem em relação uma à outra. Nesse caso, estamos comparando o retorno do ativo em questão com o retorno do mercado em geral. A variância é uma medida de quão dispersos são os retornos do mercado.

Esses cálculos requerem dados históricos de preços das ações e do mercado, bem como conhecimentos em estatística e finanças.

Um beta maior que um indica que a ação tem um risco aumentado de volatilidade em relação ao mercado global, enquanto um beta menor que um significa que tem menos risco.

Essa informação é fundamental para avaliar a atratividade de um investimento e determinar se o retorno esperado dos fluxos de caixa futuros é suficiente para compensar os riscos envolvidos.

É importante lembrar que o beta é uma estimativa e pode variar ao longo do tempo, portanto, é necessário considerar múltiplos períodos para obter uma estimativa mais precisa.

O beta pode ser utilizado em diversos modelos de valuation.

No modelo de avaliação por Múltiplos de Mercado, o beta pode ser usado para ajustar os múltiplos de mercado (como o P/L, P/Vendas, entre outros) de empresas comparáveis. Empresas com betas diferentes podem ter diferentes graus de risco, e o uso do beta pode ajudar a ajustar os múltiplos de mercado para refletir essa diferença de risco.

Já no Fluxo de Caixa Descontado, o beta pode ser utilizado como parte dos inputs para calcular a taxa de desconto a ser aplicada aos fluxos de caixa futuros de uma empresa.

A taxa de desconto é composta pela taxa livre de risco (geralmente o custo de oportunidade de investir em um ativo livre de risco) e um prêmio de risco, que é baseado no beta da empresa e na taxa de retorno esperada do mercado.

Fatores Qualitativos no Cálculo do Valor Intrínseco

No entanto, é importante destacar que calcular o valor intrínseco de uma empresa envolve várias estimativas e suposições, o que pode afetar a precisão da avaliação.

Além do risco de mercado, fatores qualitativos, como a eficácia da equipe de gestão, a reputação da empresa ou a possibilidade de escândalos, não podem ser quantificados facilmente.

Esses fatores intangíveis podem ter um impacto significativo no desempenho futuro da empresa e, consequentemente, no valor intrínseco.

Outro aspecto relevante é que o ambiente de mercado atual e possíveis mudanças nos fluxos de caixa futuros também podem afetar o valor intrínseco de uma empresa.

Por exemplo, se um novo lançamento de produto não atingir as expectativas de receita, os fluxos de caixa futuros esperados podem ser inferiores às estimativas originais, o que pode reduzir significativamente o valor intrínseco da empresa.

Portanto, é importante considerar não apenas as estimativas quantitativas, como o beta e os fluxos de caixa esperados, mas também os fatores qualitativos e o ambiente de mercado ao avaliar o valor intrínseco de uma empresa.

Leia também:

Conclusões

A estimativa do valor intrínseco de um ativo é uma parte fundamental do processo de tomada de decisão de investimento.

Existem várias ferramentas e técnicas disponíveis para realizar essa estimativa.

Por exemplo, os investidores podem usar diferentes abordagens, como valor patrimonial, fluxo de caixa descontado e comparação com empresas do mesmo setor.

É importante lembrar que a estimativa do valor intrínseco é subjetiva e baseada em projeções e análises. Dessa forma, os investidores devem considerar outros fatores, como o risco e a volatilidade do mercado, ao tomar suas decisões de investimento.

Os investidores podem utilizar diferentes abordagens e ferramentas disponíveis para obter uma estimativa mais precisa e confiável do valor intrínseco de um ativo.

Ao fazer uma análise cuidadosa e criteriosa do valor intrínseco de um ativo, os investidores podem tomar decisões informadas e estratégicas em seus investimentos.

Em resumo, estimar o valor intrínseco de um ativo pode ser uma tarefa complexa que requer uma análise aprofundada de diversos fatores. Dados financeiros, projeções de fluxo de caixa, análise de mercado e considerações fundamentalistas são levadas em conta na avaliação.

Bons investimentos!

Leitura recomendada

Fontes de consulta

  • https://www.fool.com/investing/how-to-invest/stocks/intrinsic-value/
  • https://www.investopedia.com/terms/i/intrinsicvalue.asp
  • https://www.wikihow.com/Calculate-Intrinsic-Value

O que é valor intrínseco?

O valor intrínseco é o valor antecipado ou calculado de uma empresa, ação, moeda ou produto determinado por meio de análise fundamentalista. O valor intrínseco busca avaliar o valor de um ativo com base nos fluxos de caixa futuros, não o valor de mercado atual

O que é ação de valor?

Uma ação de valor refere-se às ações de uma empresa que estão negociadas a um preço mais baixo em relação aos seus fundamentos e ao valor intrínseco, tornando-a atraente para investidores em valor.

Qual diferença entre valor intrínseco e valor de mercado?

O valor intrínseco é uma estimativa do valor real atual de uma empresa, independentemente do valor de mercado. O valor de mercado é o valor atual de uma empresa conforme refletido pelo preço das ações da empresa. Portanto, o valor de mercado pode ser significativamente maior ou menor do que o valor intrínseco.

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